Apresentamos Deus Ex: Human Revolution

Jean-François Dugas, principal designer de jogo de Deus Ex: Human Revolution, explica como a série de culto está a ser recriada para a PS3.

Deus Ex: Human Revolution é uma saga com um passado prestigioso e estreia marcada para a PlayStation 3 em 2011.

Ambientado em 2027, no jogo, encarnas Adam Jensen, um especialista em segurança privada ao serviço da corporação de biotecnologia Sarif Industries. Durante um ataque à empresa, Jensen fica gravemente ferido e, ao recuperar das suas lesões, dá início à busca do responsável pelo ataque e à descoberta da conspiração na origem do mesmo.

“Consideramos Deus Ex: Human Revolution como um recomeço da série,” afirma Dugas. “Recorremos a uma nova abordagem porque se trata de um jogo de culto entre uma pequena comunidade, mas a maioria das pessoas não sabe o que é Deus Ex. Por isso, incluímos novas personagens (entre elas, um novo protagonista) para permitir que quem não conheça Deus Ex possa desfrutar do jogo. Simultaneamente, estabelecemos ligações com os títulos anteriores pelo que quem os tenha jogado poderá identificar as associações.”

Na E3 2010, pudemos ver uma demo de dois níveis centrada numa combinação de combate, acção furtiva, exploração e jogabilidade social. Em cada nível, a capacidade de escolha era fundamental, com vários caminhos possíveis para completar cada missão.

“Para nós, a vertente de interpretação de papéis é extremamente importante; queremos que o jogador disponha das ferramentas adequadas para jogar como prefira,” explica Dugas. “Se assim o decidir, pode ser muito agressivo ou, em alternativa, pode optar pela discrição. É possível falar com todas as personagens, comprar e melhorar as armas, recolher pontos de experiência e desbloquear habilidades adicionais; em conjunto, estes elementos permitem moldar a personagem a cada estilo de jogo individual. A forma como jogas e a tua interacção com as restantes personagens podem vir a ter consequências mais tarde. O mais importante para nós é garantir que tanto o combate como a acção furtiva são experiências gratificantes.”

Um dos pilares fundamentais da série Deus Ex é o conceito de transhumanismo, a ideia de que a ciência e a tecnologia podem ser usadas para melhorar as características mentais e físicas dos seres humanos. A sua influência faz-se sentir no estilo visual do título, assim como na jogabilidade, através da recolha de habilidades especiais.

“Em termos artísticos, queríamos um toque pessoal e, quando começámos o desenvolvimento do jogo e pesquisámos o transhumanismo, descobrimos muitos desenhos de Leonardo da Vinci e saltámos para o período do Renascimento,” diz-nos Dugas. “Actualmente, começamos a assistir à integração de computadores nos nossos corpos, pelo que a era da transhumanidade já está a acontecer. Consideramo-la o próximo passo na nossa evolução e não está a ocorrer em 2027, mas sim em 2010.”

Tendo em conta os níveis apresentados na E3 2010, é evidente que a casa de programação se inspirou em vários clássicos da ficção científica como Perigo Iminente e Ghost in the Shell. “Não escondemos essas influências, pois são pontos de partida fantásticos,” afirma Dugas. “Mas o nosso jogo tem um carácter próprio. Tentámos antecipar o futuro tanto quanto possível, mas nalguns casos esquecemos a lógica; afinal de contas, trata-se de um jogo; tem de ser divertido e situar-se algures entre a realidade e a fantasia