Fable 2

06/07/2010 15:21

Em mais de uma oportunidade, a Revista Oficial do Xbox conversou com o produtor Peter Molyneux sobre Fable 2. Como responsável pela produção, seria até estranho que ele não fizesse propaganda positiva. O problema é que a mesma propaganda foi feita durante o primeiro jogo e, como você bem sabe, nem todas foram cumpridas. Quer dizer, não que fosse ruim, mas a expectativa gerada foi tão alta que na hora do vamos ver todo mundo broxou. Logo, até que ponto a seqüência traria tudo o que foi dito?

Pois bem, a expectativa desta vez foi superada. Fable 2 traz todas as melhorias ditas por Molyneux e vai além.

A primeira e mais alardeada é a facilidade do sistema de combate, do uso de magias e a acessibilidade a um público amplo, afinal, vale lembrar, trata-se de um RPG, gênero que costuma ser restrito a um nicho do mercado. O que a produtora fez foi garantir profundidade suficiente para entretê-lo por meses sem a complexidade natural do gênero. Aqui mora um dos principais atrativos do jogo: ser simplista sem se tornar boçal.

As batalhas exigem o uso de um único botão. Magias? Mesma coisa, um apertão e basta. Na prática significa que esmagar os botões permite a qualquer pessoa jogar numa boa. Por outro lado, aqueles que se dedicarem um pouco tendem a aprender combos e sutilezas que garantem um melhor desempenho nas pelejas. Por exemplo, sacar o momento exato de defender permite executar o contra-ataque eficientemente. Segurar o movimento por alguns instantes carrega um golpe mais forte. No caso da magia, a sutileza está entre acertar todo o grupo de inimigos ao mesmo tempo (com menor intensidade no dano) ou desferir o poder em um só oponente (com dano imenso, mas que exige, além de carregar o especial, usar a alavanca k para mirar no alvo).

Outro aspecto essencial nos RPGs e que foi simplificado aqui é a quantidade de itens que podem ser carregados. Normalmente, isso se baseia na força do seu personagem. Em Fable 2 a história é outra: leve o quiser, sem problema. Achou quatro espadas? Fique com todas.

Entretanto, o que realmente deve chamar a atenção é o indicador de onde está a missão a seguir. Como um GPS místico, o treco surge em forma de um rastro luminoso no chão, mostrando exatamente para onde você deve ir. Chato? Nem um pouco. Isso garante que você explore o mapa, que é gigantesco, sem jamais ficar desnorteado. Sem falar que há tantas tarefas alternativas disponíveis, que dificilmente você fica preso a um caminho só. Uma conversa pode abrir duas ou três missões extras. Num determinado momento havia 16 objetivos à minha disposição – todos rapidamente resolvidos graças ao excelente navegador.

Seu melhor amigo
Nada do que citei até agora, porém, chama tanto a atenção quanto o seu companheiro de jornada: um cachorro controlado pela Inteligência Artificial. Mas o bicho não é somente um acompanhante insosso. Ele foi animado com tanta minúcia que o ajuda nos combates (ataca os inimigos derrubados no chão), procura tesouros e itens secretos, aprende novos truques e ajuda a entreter as pessoas – o que significa pontos extras de confiança (leia mais no quadro "Bem ou mal").

Não bastasse, Molyneux conseguiu desenvolver o comportamento do animal de tal forma que você, sem perceber, cria um laço de afetividade mesmo sabendo tratar-se de um ser virtual. Ele se machuca, fica com medo em certas áreas, alerta para inimigos nas proximidades e, aconteça o que acontecer, jamais o abandona. É um adendo que, a princípio, parece insignificante, mas após algum tempo de partida fica difícil imaginar-se sem o tal do bicho.

No quesito liberdade, Fable 2 impressiona. A você tudo é permitido – esteja ciente, porém, que há conseqüências. Como a interação com os NPCs é completa, é possível conquistar a confiança deles ou tornar-se um tirano, cuja presença trará medo às pessoas. Se preferir se tornar um libertino, saiba que o jogo permite conquistar quantas pessoas a sua cama permitir levar. E não há restrição: homens e mulheres se apaixonam por você com a mesma intensidade. Tenha filhos ou use preservativos para evitar a formação de família. As escolhas são tantas e tão acessíveis, que o jogador se sente tentado a experimentar todas as possibilidades – um mérito que poucos jogos alcançam.

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