Far Cry 2

06/07/2010 15:23

Há um detalhe importante que você deve saber antes de tudo: o nome Far Cry no título só existe para ajudar nas vendas. De Far Cry, mesmo, não há nada. A história não é a continuação do jogo original, o personagem é outro (na verdade, são vários e você escolhe quem deseja controlar), a forma com que as missões se desenrolam é diferente e, o que é pior, nem mesmo a variedade de veículos, algo marcante no primeiro episódio, existe. Ok, para não parecer chatice, o editor de mapas está de volta – e a ferramenta continua excelente.

De resto, temos aqui um tiroteio em primeira pessoa que chama a atenção pelas qualidades técnicas, mas que falha miseravelmente na mecânica. Visualmente, FC2 entra no rol dos mais belos da geração. O cenário colossal pode ser explorado sem restrições, a iluminação se altera em tempo real de acordo com o período do dia ou da noite, construções podem ser parcialmente explodidas e, o que realmente merece destaque, as labaredas de fogo se alastram conforme a direção do vento. É uma daquelas idéias que serão usadas à exaustão daqui em diante, pode ter certeza.

O problema é justamente caprichar ao extremo com tantos efeitos e esquecer do recheio. Explorar o cenário é bacana nos primeiros cinco minutos. Por ser imenso, você passa mais tempo indo de um ponto a outro para cumprir os objetivos do que propriamente se divertindo. Vez ou outra, no meio do trajeto, um grupo de inimigos surge para dar a sensação de que algo está acontecendo. Você elimina os caras e continua a jornada até o fim do mundo para começar a missão. Quer dizer, por mais realista que seja, é um tédio imenso passar um tempo sem ação num jogo cuja ação é o mote.

Você certamente vai se surpreender com a estratégia criada pela produtora para tornar os embates sufocantes. Não há meios de pausar para usar um item ou algo do gênero. Tudo rola em tempo real: para se curar, é preciso injetar o remédio ou arrancar a sangue frio as balas do corpo, isso enquanto os inimigos continuam atirando. Ou você procura um abrigo rapidamente ou deverá recomeçar a missão. O que significa também ter de caminhar todo o trajeto de volta.

Há ainda um detalhe que incomoda. Para um jogo tão preocupado com o realismo, qual a explicação de os inimigos permanecerem de pé após trocentos tiros? Isso, definitivamente, não é divertido. O cenário poderia servir a seu propósito. Andar abaixado pela mata cerrada e eliminar um inimigo após o outro sem chamar a atenção, mesmo que fosse com um tiro certeiro, reforçaria a proposta realista. Não é o que acontece.

No bojo, Far Cry 2 exala técnica, chama a atenção pelo visual, mas deixa muito a desejar no que mais importa: a diversão.

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