ShellShock 2: Blood Trails

06/07/2010 15:18

Quando produtores se unem com o objetivo de criar um thriller psicológico nos moldes de Blood Trails, os resultados decorrentes de tal estratégia costumam aparecer bem cedo – no caso de Shellshock 2, antes mesmo que o imaginado. Anunciada há poucos meses pela Eidos, a continuação do FPS que vendeu mais de 900 mil cópias em 2004 ainda nem chegou às lojas e já levou ferro: banida pelos órgãos reguladores da Austrália, a obra é definida como perturbadora o suficiente para chocar até mesmo os marmanjos que já estão mais do que acostumados com os cerca de 367 jogos inspirados em conflitos militares disponíveis atualmente.

Blood Trails, antes que você nos pergunte, pertence à uma categoria distinta. Não se encaixa na leva de jogos da Segunda Guerra, tampouco aposta em um conflito fictício como o de Modern Warfare – por aqui, a ação tem início no Camboja, durante a Guerra do Vietnã, quando um avião contendo uma arma misteriosa é sumariamente abatido em meio à selva vietnamita. Uma equipe logo é destacada para o local com o intuito de resgatar o tal objeto perdido – aqui, chamado apenas de “Whiteknight”, uma ferramenta capaz das maiores atrocidades –, mas seus homens acabam desaparecendo, um a um, sem que sobre uma única alma para contar história.

Corpore (in)sano...
Pois bem, a ação tem início basicamente quando, sabe-se lá como, um dos soldados desaparecidos reaparece exibindo sinais visíveis de confusão mental. Tá, estamos sendo generosos: segundo a definição oferecida pelos produtores responsáveis pelo game, o tal agente volta da selva sem um pingo de sanidade e com a alma misteriosamente envenenada. O que quer que ele tenha – e se estivéssemos em um Resident Evil certamente seria um tipo bizarro de vírus – está trilhando caminho até a sociedade fazendo de você, azarado leitor e jogador, a última esperança para impedir que o pior aconteça.

Na prática, Shellshock 2 pode ser definido mais como um game de horror do que como um jogo de tiro em primeira pessoa. Tudo bem, a jogabilidade promete ser caprichada, o arsenal variado, as mecânicas de jogo, idem. Acontece que o grande charme envolvendo o projeto está na dramatização do conflito – isto é, no modo como tudo ao seu redor parece estar ali com o único intuito de lhe causar medo. Não por acaso, o game acaba buscando inspiração em um esquema popularizado recentemente com os últimos episódios da série Call of Duty: o uso de scripts – ou cenas previamente programadas pelo computador – responsáveis por comentários no melhor estilo “nossa, você viu aquilo?”.

Ao longo do game, é provável que você veja, sim, e em alguns casos com um quê de arrependimento. São situações assustadoras como uma das seqüências iniciais, ocasião em que seu personagem encontra-se deitado em uma espécie de maca sendo atendido por uma bela donzela. Após quase tocar seus seios e se tornar íntimo da moça (não, não estamos viajando), você logo tem uma boa idéia dos motivos que levaram o game a ser banido na Oceania antes mesmo de ser lançado: sem qualquer cerimônia, zumbis invadem o cenário onde os personagens se encontram, quebram todo o clima e espalham sangue (inclusive o seu) para todas as direções.

É bom deixar claro, porém, que Blood Trails não aposta comumente em confrontos em larga-escala. Na verdade, embora sejam os principais inimigos por aqui, os zumbis aparecem muitas vezes em doses homeopáticas. Veja bem: em meio à toda essa atmosfera “dark” proposta pelos produtores, é possível prever momentos nos quais você provavelmente irá disparar sua arma contra sombras e cadáveres que no fundo não representam ameaça alguma. Obviamente, isso vale apenas para criar um clima durante campanha solo e, ainda assim, com algumas reservas. Caso haja uma modalidade de multiplayer online – vale lembrar que o estúdio não se posicionou a respeito e detalhes sobre o jogo permanecem escassos –, o papo certamente será diferente.

Voltar

Pesquisar no site

© 2010 Todos os direitos reservados Para Otaku Explosion